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Acessibilidade
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Dados
Número | Data do documento | Legislatura | Ano |
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339 | 26/03/2018 | 2017-2020 | 2018 |
Situação | ||
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ENCAMINHADA AO EXECUTIVO |
Autor Vereador | ||
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César Busnello |
Ementa | ||
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Criação de Centro da Juventude |
Observações |
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal N e s t a O Signatário Vereador integrante da Bancada do PSB solicita a Vossa Excelência, nos termos regimentais, o envio ao Senhor Prefeito da seguinte INDICAÇÃO: CRIAÇÃO DE CENTRO DA JUVENTUDE, nos termos que passa a expor: PROJETO CENTRO DA JUVENTUDE I) CONSIDERAÇÕES INICIAIS. O QUE É O PROJETO CENTRO DA JUVENTUDE E A QUEM SE DESTINA? Destinados à população jovem, com prioridade para 12 e 18 anos, definidos como adolescentes pelo artigo 2º do ECA e como adolescentes-jovens (15 a 17 anos), pelas políticas públicas para a juventude, o Centro de Juventude se constitui como uma das respostas do poder público à necessária implementação de políticas destinadas à JUVENTUDE SOCIALMENTE VULNERÁVEL. E são muitas as vulnerabilidades. Seguindo as diretrizes do ECA, especial atenção e respostas devem ser dadas às vulnerabilidades ou fatores de risco que se relacionam ao contexto de violência, em todas suas formas. Fracasso e evasão escolar; uso abusivo de drogas; dificuldade em acessar bens culturais; ausência de oportunidades de formação profissional; insuficiência de atividades socializadoras como arte, esporte e lazer; escassez ou ausência de espaços de diálogos e participação política e social de crianças, adolescentes e jovens. Cabe destacar que o grupo de maior risco de exposição a essas situações são os adolescentes entre 12 e 18 anos. São vidas jovens pagando pelo conflito entre o direito garantido e o direito efetivado. Nesse contexto, o apoio socioeducativo em meio aberto vem ganhando importância política, social e jurídica no âmbito de atenção à criança e ao adolescente tendo em vista a proteção integral. Implantar o Centro da Juventude, portando, é oportunizar aos adolescentes e jovens um espaço de participação, de formação e de cidadania, possibilitando um convívio social saudável, aumentando as oportunidades de qualificação profissional, buscando a redução da violência juvenil e o combate às drogas. O Centro da Juventude se viabilizará com a participação do Município, da família e da sociedade, e será um espaço articulador do governo presente, da família protetora e da sociedade alerta e participativa. Desta forma, a presente proposta está organizada levando em conta quatro marcos estruturantes: o marco situacional, que apresenta alguns aspectos acerca do cenário em que está situada a juventude brasileira e ijuiense na atualidade; o marco conceitual, que explicita a concepção que norteará cotidianamente a implementação de práticas pedagógicas participativas e libertadoras; o marco organizacional que delineia a estruturação organizacional das atividades, o acesso e a ocupação dos espaços, o modo de gestão, critérios e procedimentos de ingresso, e processos participativos de implementação do Centro de Juventude; e por fim, o marco operacional que detalha os espaços, composição das equipes, responsabilidades e previsão de recursos. II) PARÂMETROS PARA IMPLANTAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO CENTRO DA JUVENTUDE.
O Centro de Juventude constituir-se-á não só como um espaço de recepção de bens culturais como a música, o esporte ou dança, assistir a aulas, a peças teatrais, ir a exposições, oficinas, festivais de dança, concerto de música, palestras dentre outros , mas pode e deve constituir-se em oportunidade para que os jovens tornem-se produtores de culturas.
A questão mais importante aqui é que o Centro da Juventude não se constitua apenas como um local onde se oferta serviços, mas que seja um espaço de permissão para a juventude viver, conviver e aprender. Por isto, o Centro da juventude está baseado em três pilares:
DA CIDADANIA: pela organização de atividades que promovam a elevação da consciência política, a participação ativa, a organização, mobilização e formação de lideranças juvenis; DA CONVIVÊNCIA: por se caracterizar como espaço de convivência, encontro e de pertencimento, numa dinâmica que combine liberdade e respeito. DA FORMAÇÃO pelo elenco de atividades ofertadas que objetivam aprendizagem no âmbito das relações pessoais, do mundo do trabalho e da produção cultural. Nesse sentido, o trabalho socioeducativo no Centro da Juventude deve garantir: 1. Uma dimensão investigativa, uma vez que, os jovens devem ser envolvidos no desenvolvimento de várias enquetes ou atividade de pesquisa qualitativa ou quantitativa sobre sua realidade; 2. Dimensão da mobilização social e formação política para a intervenção em políticas públicas locais e setoriais; 3. Dimensão da articulação, com a intenção de intervir de forma articulada, para evitar o isolamento por parte de jovens do Centro de Juventude em relação à jovens de outras instituições, escolas, igrejas, etc.; 4. Dimensão multiplicadora da ação formativa: as atividades e processos podem ser multiplicados em outros ambientes educativos com jovens e comunidades em geral. III) OBJETIVOS E DIRETRIZES. O objetivo do CENTRO DA JUVENTUDE é constituir-se como um espaço de referência para a juventude, acessível, aberto e democrático que possibilite aos adolescentes-jovens produzir e acessar bens culturais e artísticos; participar de atividades esportivas, tecnológicas e profissionalizantes, desenvolver e participar de ações que favoreçam a formação pessoal, profissional e política. Para que a implantação dos Centros possa ser realizada com aceitação, acolhimento, respeito e colaboração da comunidade local será necessário observar algumas diretrizes, tais como: a) Alinhamento às políticas públicas municipais voltadas aos adolescentes e jovens, em especial aqueles expostos a situações de violência e violações de direitos; b) Respeito às realidades locais; c) Articulação com equipamentos, recursos e serviços públicos e comunitários da localidade; adoção de um modelo de gestão democrático; d) Planejamento, execução e avaliação das atividades buscando a participação ativa dos jovens; e) Estabelecimento de parcerias e cooperações com instituições e lideranças representativas locais; e f) Demais estratégias que coloquem os centros à disposição dos jovens e ao mesmo tempo em que promovam a integração com a comunidade. IV) DO PÚBLICO E DA CARACTERIZAÇÃO O Centro da Juventude deverá estar acessível e acolher todo jovem interessado em dele participar, sem estabelecer condicionalidades, critérios prévios para ingresso, todavia é importante haver compromisso e regras de convivência e de participação nas atividades e no uso das instalações. Será dada prioridade para adolescentes de 12 a 18 anos, em situação de vulnerabilidades. Para que esta população possa aproximar-se do Centro será necessário que a equipe promova uma busca-ativa desses jovens que se caracterizam pela invisibilidade, exclusão, isolamento ou até mesmo preconceitos e discriminação. Mas só isso pode não ser o suficiente, e será preciso muitas vezes adotar estratégias de integração e de aproximações sucessivas de forma a garantir a permanência, e acima de tudo, a participação efetiva daqueles que mais necessitam do apoio, da oferta de serviços e do espaço democrático de convivência, de aprendizagem e socialização. O Centro deverá receber também grupos organizados de esporte, de teatro, discussão, já formados anteriormente ou em outros espaços fora do Centro, bem como aqueles grupos que surgirem das oficinas e atividades ali ofertadas. Serão permitidos vários formatos de participação, tais como: inscrições individuais e grupais; empréstimo das instalações com agendamento prévio; participação espontânea nas atividades em desenvolvimento e tantas outras formas de organizações que os usuários possam estabelecer de forma produtiva e criativa. V) DO ACESSO E DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO. O processo de acesso ao Centro de Juventude se dará de maneira livre, porém organizada. Cada jovem será portador de uma carteira de identificação que o credenciará a acessar o espaço do Centro de Juventude. Os jovens poderão tanto inscrever-se nas atividades, quanto assisti-las, mas principalmente, poderão fazer uso de sua autonomia para requerer a cessão de uso dos espaços para o desenvolvimento de atividades próprias de organização comunitária, cultural ou social. A inscrição em atividades programadas poderá ser feita independente da frequência à escola, posto que o que se pretende é constituir o Centro como um espaço de inclusão e de cidadania, e retornar ou permanecer na escola, certamente será parte de um contínuo processo de reflexão acerca do papel da escola e da educação na sociedade atual, sendo um importante instrumento na superação da miséria. O Centro da Juventude prevê ainda na sua dinâmica de funcionamento, a oferta de atendimento psicossocial por profissionais da Psicologia e do Serviço Social, que será realizado através de ações ou serviços oferecidos individualmente e em grupos, incluindo a família, quando necessário. O Centro poderá funcionar nos períodos da manhã, tarde e noite conforme a organização do município e deverão contar com, por exemplo, sala multiuso, sala de dança, quadra poliesportiva, pista de skate, teatro de arena, biblioteca, laboratório de informática, auditório, rádio comunitária, estúdio de gravação e piscina. VI) DA FORMA DE GESTÃO. O modelo de gestão deverá ser democrática e colegiada, na forma de conselho gestor, formado por representantes de jovens, pais, comunidade e educadores, o que certamenteem muito facilitará o uso da palavra e o direito à escolha e decisão por parte do coletivo do Centro. Caberá ao Município a disponibilização do terreno para a construção do Centro, a manutenção do Centro - alocação de pessoal (equipe mínima) e de recursos para limpeza, segurança, material de expediente e consumo necessários ao desenvolvimento das atividades, e estabelecer parcerias com instituições e lideranças de forma a dinamizar os Centros da Juventude, utilizando todo o seu potencial. Deverá ser criada reserva em orçamento da Secretaria do Desenvolvimento Social para a implementação e custeio do Centro. VII) DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. ESPAÇOS E EQUIPES. É importante que o Centro possua um bloco para atividades educativas - que abrigue laboratório, biblioteca, sala de informática, auditório, salas multiuso para: espaço para prática de dança, formação para o mundo do trabalho, entre outras e uma rádio comunitária experimental; e um bloco para atividades esportivas, contando com a praça, teatro de arena, pista de skate e ginásio poliesportivo, piscinas para a prática de esportes aquáticos e de lazer, em alguns casos. Deverá contar com uma equipe básica: 01 coordenador do Centro (com formação em Pedagogia, Psicologia ou Serviço Social); 01 psicólogo; 01 assistente social; 01 assistente administrativo; 03 auxiliares na manutenção, limpeza; 04 vigilantes; 08 educadores (um por atividade especifica ); 06 jovens atuando como agentes de cidadania contratados pelo Centro de Juventude da comunidade, Além da equipe básica, haverá um grupo de trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Social que atuará como referência para o Centro, com a responsabilidade de: a) Apoiar a organização e atividades do Centro; b) fazer o acompanhamento e a supervisão da proposta pedagógica do Centro da Juventude e, c) monitorar e garantir o acesso e a utilização do Centro da Juventude pelo público a que se destina. VIII) EXEMPLOS DE SUCESSO. Como exemplo de iniciativas que deram certo, citamos o Projeto Centro da Juventude de Alvorada/RS que atende cerca de 600 jovens de faixa etária entre 15 e 24 anos. Contam com ações voltadas para os jovens que se encontram em vulnerabilidade social, violência e exclusão social, com a realização de atividades sócio profissionalizantes, culturais e educativas, além de tratar das possibilidades de ascensão dos jovens ao mercado de trabalho. O mesmo ocorre com o Centro da Juventude Bom Jesus em Campo Largo, Paraná, onde de segunda a sábado uma média de 70 jovens circulam pelo local e tem acesso a diversas atividades culturais, esportivas e de lazer. Estima-se que em dois anos 540 adolescentes tenham participado do Projeto. Em anexo, relatos de alguns jovens que participam do Centro Bom Jesus, demonstram o retorno positivo do projeto para suas vidas. IX) CONCLUSÃO. Frente aos múltiplos desafios da contemporaneidade, o processo de formação dos indivíduos a esfera socioeducacional assume significativa relevância, uma vez que se constitui numa ferramenta básica para a participação cidadã na vida coletiva. Nesse sentido, apresenta-se como um trunfo indispensável para fazer surgir, em meio a condições adversas, indivíduos culturalmente íntegros e conscientes de sua responsabilidade sociopolítica. Assim, faz-se necessário e urgente pensarmos em espaços, como o Centro da Juventude, como uma força motriz para a reconstrução do sujeito social ativo, capaz de apontar novos caminhos no tecer contínuo do conhecimento. Em momentos permeados de incertezas, próprios da época contemporânea, o pensamento sobre a formação de adolescentes e jovens requer um diálogo crítico e uma constante abertura para o novo. Isso significa desenvolver outras formas de inteligibilidade, como propósito de resgatar os valores essenciais do ser humano, mediante um aprendizado ininterrupto ancorado no questionamento da realidade. A proposta do Centro de Juventude reveste-se de reflexão crítica e a ação, constituindo-se num projeto social que torna o político mais pedagógico, na tentativa de humanização da própria vida. Trata-se de encarar esse espaço como possibilitador da emancipação do sujeito, principalmente na perspectiva de atender os que mais precisam, pela sua condição peculiar de desenvolvimento e pelas condições de vulnerabilidades que vivenciam. César Busnello, Vereador PSB |
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