A Comissão Especial da Estiagem se reuniu na quinta-feira, 8, para dar sequência aos debates relacionados aos desafios enfrentados pelos produtores rurais, severamente afetados pela falta de chuvas e escassez hídrica. A comissão, que há meses vem ouvindo agricultores e representantes de diversas entidades, instituições financeiras, sindicatos e parlamentares, tem como foco principal analisar os impactos da estiagem e proposições de medidas de enfrentamento. 

Os agricultores não apenas "padecem", com a safra frustrada, em decorrência da seca que afetou as lavouras, mas muitos deles também se encontram em uma situação financeira crítica, com dívidas acumuladas que dificultam ainda mais a recuperação. Durante as reuniões, cada convidado trouxe uma perspectiva única sobre os problemas enfrentados e as demandas emergentes. As discussões revelaram a necessidade urgente de soluções que possam aliviar o peso das dívidas e proporcionar suporte aos produtores.

Uma das principais pautas debatidas foi a aguardada movimentação do governo federal em relação à securitização das dívidas rurais. O Projeto de Lei nº 320/2025, que está em tramitação, propõe a securitização das dívidas de agricultores cujos empreendimentos foram impactados por eventos climáticos adversos. Essa medida permitiria que os produtores tivessem até 20 anos para quitar suas dívidas, incluindo um período de carência de três anos. 

Para pressionar o governo federal a tomar uma postura mais ativa em relação à situação dos agricultores, um grande manifesto está programado para o dia 13 de maio, terça-feira. Os produtores gaúchos estão se mobilizando para demonstrar sua insatisfação e exigir ações concretas que atendam às suas necessidades urgentes.
 

Recentemente, o Ministro da Agricultura se comprometeu a prorrogar prazos para pagamentos de dívidas e anunciou a criação de um grupo de trabalho para discutir projetos relacionados à securitização. No entanto, muitos agricultores acreditam que essas medidas são insuficientes diante da gravidade da crise atual.
 

A Comissão Especial está sendo um espaço vital para a troca de ideias e propostas. Os membros estão determinados a continuar lutando por soluções efetivas e por uma resposta adequada do governo federal às demandas dos produtores rurais. Com a data do manifesto se aproximando, a expectativa é que essa mobilização traga visibilidade à crise enfrentada pela agricultura no Rio Grande do Sul e pressione as autoridades a agir com urgência.